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Comecei a desligar a TV da tomada todas as noites para testar uma teoria e a conta da luz confirmou.

Mulher jogando videojogo numa sala iluminada suavemente, em frente a uma televisão de ecrã grande.

O meu acendia-se todas as noites num quarto silencioso, e não conseguia deixar de sentir que aquele ponto inocente estava, silenciosamente, a custar-me libras. Então fiz algo muito simples. Desliguei da ficha.

Na primeira noite em que desliguei a TV, o quarto ficou mais escuro do que o habitual, como se um pequeno pensamento zumbidor tivesse finalmente adormecido. Fiquei ali, com o cabo na mão, ainda quente da tomada, e ouvi o suspiro achatado. O frigorífico suspirou, o vizinho de cima fez barulho com pratos, e observei o pulso do contador inteligente abrandar como um batimento cardíaco depois de uma corrida. *Queria que o contador piscasse a meu favor.* Pareceu-me tonto. Mas também estranhamente satisfatório. E depois a minha fatura de eletricidade revelou a verdade.

A pequena luz vermelha que me despertou curiosidade

Há um certo mito à volta do LED da TV, como se aquele ponto minúsculo de eletricidade fosse, secretamente, um ralo de dinheiro. Passava por ela à meia-noite e imaginava moedas a cair lentamente por um contador algures no céu. A ideia ficou-me presa na cabeça: e se estou a pagar um imposto silencioso cada vez que a deixo em standby? As TVs tornaram-se eficientes, sim, mas as casas tornaram-se ecossistemas. Era essa a suspeita que queria pôr à prova no mundo real, não num blogue, não no folheto de um fabricante.

Então defini uma regra. Todas as noites, durante um ciclo de faturação completo, desligaria a TV da tomada antes de me deitar, religando-a no dia seguinte. Nada de batotas. Nada de meias-medidas. Registei o consumo base noturno do contador inteligente, apontei os números da manhã e comparei com o mês anterior. Analisei também o comportamento da barra de som, da consola de jogos e do descodificador. A luz da TV apagou-se. Restava saber se a fatura também ia “clarificar”.

Eis o que aconteceu. Só por si, a TV quase não consumia em standby, um sussurro de watts, apenas 0,5–1W quando medi com um wattímetro. Só isso poupava cêntimos, não libras. A verdadeira surpresa veio do restante equipamento. O descodificador consumia à volta de 7–10W, a barra de som mantinha-se entre 3 e 5W, e o stick de streaming gastava constantemente 1–2W, dia e noite. Ao fim de um mês, somam-se. Multiplique-se pelos preços por unidade (~28p/kWh no Reino Unido), e as contas tornam-se visíveis. A verdade: não era a TV. Era a companhia que esta mantinha.

O que realmente poupou dinheiro sem me enlouquecer

Refinei a experiência. Em vez de puxar um cabo como ritual noturno, usei uma régua inteligente com tomada principal para a TV e tomadas controladas para os extras. Quando a TV desligava, a régua cortava a energia à barra de som e ao descodificador após um pequeno tempo de espera. Mantive o stick de streaming num temporizador, desligado da meia-noite às seis da manhã. Mesmo princípio, menos idas atrás do móvel. Foi aí que o consumo base do contador desceu todas as noites.

Há armadilhas aqui. Se desligar tudo, o descodificador ‘enlouquece’ de manhã, reconstruindo o guia de programas durante séculos. Desligar o router à noite? Pode impedir atualizações e alarmes. Todos já tivemos aquele momento em que uma rotina “inteligente” apaga as luzes cedo demais. O truque é mirar nos grandes consumidores silenciosos, deixando os essenciais em sono leve. Sejamos realistas: ninguém faz isto religiosamente todas as noites. Portanto, automatize e esqueça.

Executei a rotina durante quatro semanas. A minha fatura baixou um valor pequeno mas real — cerca de £2,80 face ao mês anterior, com uso e clima semelhantes. Não foi um espetáculo de fogos, nem uma viagem de férias, mas a prova palpável de que o **consumo fantasma** existe e que o maior culpado não era a TV. Eram os periféricos e o seu **consumo em standby**.

“Energia que não desperdiças é dinheiro que não tens de ganhar amanhã.”
  • TV moderna em standby: ~0,5–1W (cerca de 10–20 cêntimos por mês, ligada 24/7)
  • Descodificador: ~7–10W (cerca de £1,40–£2,10 por mês, mais se gravar durante a noite)
  • Barra de som: ~3–5W (50–90 cêntimos por mês)
  • Consola de jogos (arranque instantâneo): ~5–12W (£1–£2,50 por mês)
  • Stick de streaming: ~1–2W (20–40 cêntimos por mês)

O que a fatura revelou — e o que fazer com isso

Os números ensinaram-me uma lição discreta. Desligar a TV pareceu meritório mas não mudou muito o resultado. O progresso veio de domar o conjunto: desligar a box que passava a noite inteira à espera de um programa que não vejo, cortar o som de fundo da barra de som, acabar com o modo instantâneo da consola. Mantive o router a funcionar para horas e atualizações. Ativei os modos eco da TV, e pus a consola em modo de poupança energética. Pequenos ajustes, pouco incómodo, ganhos consistentes. A fatura não sofreu um choque; apenas suavizou. E essa suavidade soube a controlo — do bom.

Ponto-chaveDetalheInteresse para o leitor
TV vs ecossistemaO standby da TV é pequeno; os periféricos nem sempreAponte às tomadas certas, não ao hábito errado
Automatização compensaRégua inteligente, temporizadores e modos de energiaConfiguração única, poupança constante sem esforço diário
Poupança realista£2–£4 mensais no canto multimédiaExpectativas realistas, menos desilusões

Perguntas frequentes:

  • Desligar a TV da ficha todas as noites estraga o aparelho? Não, em uso normal. Os modelos recentes aguentam ciclos de energia. Evite cortar a energia durante atualizações ou instalação de firmware.
  • Quanto consome uma TV em standby? Normalmente entre 0,5–1W nas mais recentes. São cêntimos por mês. Modelos antigos podem consumir mais.
  • O que devo realmente desligar? Foque-se nas boxes, barras de som, consolas com arranque instantâneo e antigos PVRs. Estes são os grandes “comedores” silenciosos.
  • Vale a pena usar uma tomada inteligente? Sim, se controlar vários dispositivos gastadores com agendamento. Poupa trabalho e mantém a rotina intacta.
  • Posso manter o router ligado? Sim. A maioria faz-o para atualizações, chamadas e alarmes. Poupe noutro lado primeiro para ganhos fáceis.

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